terça-feira, 26 de novembro de 2013

Juntos até ao fim

Adoro histórias de amor. Adoro entrevistar casais ou pessoas que tiveram o privilégio de partilhar a vida com um grande amor. Adoro ouvir os conselhos que dão, os segredos para manter uma relação amorosa durante tantos anos e ouvir as doçuras e travessuras que a vida lhe proporcionou. E quando tenho a oportunidade de juntar esta minha paixão com o trabalho, tudo se torna muito mais fácil... 
:)

Ficam aqui alguns excertos de duas das histórias que, recentemente, me encheram o coração:

A história de amor que F. e E. partilham já conta com 50 anos e ambos garantem que vão ficar juntos até ao fim. "Quero ficar com o meu marido até ao fim, mas ainda gostava de viver uns bons anos de mãos dadas... Nunca lhe disse, mas gosto muito dele. Por vezes, agarro-o e digo-lhe: "O que nós já passámos na vida... És o meu velhote". E depois dou-lhe muitos beijos", confessa E. com carinho, ao que o companheiro acrescenta: "Espero que fiquemos juntos até ao fim porque já não vejo outro fim!... Se iremos um de cada vez ou os dois juntos, só Deus sabe, mas desejo que fiquemos sempre juntos. E se formos separados em vida, já temos encontro marcado no outro lado".

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Um ano e meio depois de ter perdido a filha, F. tornou-se cuidadora do marido, depois deste ter sofrido um acidente de viação que o deixou paralisado do peito para baixo e de lhe ter sido diagnosticada bronquite crónica obstrutiva. Durante 13 anos e meio, C. esteve acamado e para que o cônjuge tivesse uma vida digna, F. montou um autêntico quarto de hospital em casa e passou a viver só para ele. Viúva há um ano e meio, a sexagenária garante que é incapaz de ocupar o lugar deixado vago pelo marido. F. mantém o quarto de C., exactamente, igual, tendo apenas dispensado algumas máquinas, como a cadeira de rodas. "Os médicos consideravam-me uma heroína, mas eu sempre disse que o meu marido é que foi um verdadeiro herói. Não me arrependo de nada do que fiz e, se ele voltasse para este lado, fazia tudo na mesma", garante, afirmando com convicção: "Ele sempre me tratou bem. Só a morte nos separou e, mesmo assim, ele ainda está sempre aqui dentro do meu coração e da minha cabeça. Estou sempre acompanhada. A vida continua e tenho de andar para a frente. Tenho de fazer a minha vida e só Deus sabe quando me chama. Mas uma coisa é certa... Casámos, casámos para sempre". 

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