sexta-feira, 4 de abril de 2014

Os guarda-chuvas da minha vida

Nunca gostei muito de andar com guarda-chuvas atrás. Acho que fui mal habituada por ter nascido e crescido no Algarve [onde, na minha opinião, por uma questão de prática :) - chamamos sombrinha ao guarda-chuva e ao guarda-sol]. O certo é que nunca me habituei a andar com guarda-chuvas pequenos na mala, sempre me esqueci dos maiores em todos os cantos, quando era pequena morria de medo de entalar os dedos quando os fechava... Enfim... Não foi uma adaptação fácil. 

Hoje não vivo sem guarda-chuva! Aliás, seria completamente impossível circular sem ele, pois o S.Pedro cada vez mais nos presenteia com dias cinzentos e bastante chuvosos. Continuo a esquecer-me do guarda-chuva sempre que vou sair de um local e não vejo gotas de água a cair do céu, mas isso é outra conversa.
:)

O certo é que existem dois guarda-chuvas que marcaram a minha vida até aos dias de hoje. Um comprei-o quando andava no sexto ano [mais coisa menos coisa]. Foi caro mas era o ideal pois abria apenas com um clique e não tinha as horríveis molas que me entalavam os dedos! Outro comprei-o quando fui estudar para Coimbra. Igualmente caro, mas precisava de um guarda-chuva 'a sério', que não tivesse bonequinhos cinzentos por todo o lado. E é esse mesmo guarda-chuva, que me acompanhou pelas ruas de Coimbra, que continua a proteger-me nos dias de hoje. É elegante; Preto às bolinhas brancas. E já está meio torto! Mas eu não o vou largar! Não se vira com o forte vento e foi ele que me ajudou a ultrapassar o medo de entalar os dedos, por isso, vou estimá-lo até ao último dia. E ainda tenho a vantagem de todas as pessoas saberem que ele é meu [já são muitos anos...] e sempre que me esqueço dele em algum lado [consultórios, trabalho, etc] ligam-me sempre a relembrar-me do meu fiel amigo. 

Quanto ao meu antigo melhor amigo azul com bonecos cinzentos [que fazia parte de toda uma colecção de cadernos, mochilas, lancheiras, borrachas, lápis, canetas...], ainda existe. Usei-o na semana passada, durante as minhas férias em Olhão. Contei ao meu namorado toda esta bela história dos dois guarda-chuvas da minha vida. E o que aconteceu? Assim que ele pegou no estimado guarda-chuva azul com bonecos cinzentos, a primeiríssima vez que lhe pegou... partiu-o!!! Sim, isso mesmo. Lá se foi um dos ferrinhos, perante o espanto das minhas amigas que se lembravam perfeitamente daquele guarda-chuva dos nossos tempos de meninice. Triste, não consegui desfazer-me dele. Guardei-o dentro do bengaleiro para guarda-chuvas.  

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